LIÇÃO DE DEUS

Em todos os momentos somos surpreendidos por Deus com uma nova lição de vida, de novas formas e jeitos, que mesmo sendo algo tão rotineiro nos surpreende.

A última lição que aprendi do Senhor foi sobre o verdadeiro sentido da humildade. Mas não a humildade no sentido de ser simples, mas no sentido de ser autêntico e sincero, levando em consideração os méritos eternos da humildade.

Outro dia estava eu a registrar um importante evento em minha igreja, momento na qual a minha abnegada avó seria homenageada pelos anos de serviços prestados a Igreja. Porém, no momento de citar e entregar os lauréis devidos a cada um conforme o merecimento, um sério equivoco ocorreu. A personagem humana mais digna de louvor ficou exposta como uma simples ajudadora e não foi entregue o crédito merecido pelos cinqüenta anos de serviços prestados a Deus e pela fundação de um trabalho glorioso. Mas reside exatamente aí a lição divina a mim. Enquanto algumas pessoas se preocupavam com dar os créditos a um ou a outro, a pessoa que merece tantos créditos em vida quanto merecerá depois de sua morte, não estava e continua não estando em nenhum momento preocupada com os méritos e títulos. Sabe por quê? Porque tudo que fez foi para Deus.  Jamais esteve preocupada com os lauréis, com as honras, ou em estar nos holofotes da liderança.

Jamais vi, e talvez não veja em minha vida tamanha humildade. Uma pessoa que
orou por uma criança morta, e após a iluminação divina a criança acordou e chorou. Uma pessoa que orou por inúmeros enfermos e pela ação do Criador foram curadas. Inúmeras pessoas que em seus conselhos encontraram sentido e entendimento da vida. Centenas de mulheres que aprenderam uma gama de profissões pelos seus sábios ensinos. O centro de refúgio para todos aqueles que se viam desamparados. Criou muitos filhos (filhos da fé) que acolhia com carinho e sabedoria. Que se esforçava entre as atividades prioritárias da Igreja, cuidar de seus vários filhos, aconselhar tantas outras pessoas, ensinar crianças, adolescentes, jovens, adultos e até idosos desafortunados na vida, e ainda ajudar a sustentar a casa como auxiliadora de seu esposo. A sim, há tantas histórias a contar, de uma vida repleta de exemplos magníficos a serem seguidos. Uma vida regrada pela sabedoria, submissão, extrema prudência, delicadeza, cuidado e um amor inigualável. Só Jesus amou mais o mundo do que esta pessoa que tenho a mais elevada honra de chamar de “minha querida avó Eutália”.

É verdade que a humildade dela não herdei nada, porque tenho um orgulho imenso de ser chamado de “seu neto”. Seus ensinos tem me regrado desde a tenra infância. Cresci ouvindo suas histórias repletas de milagres, de livramentos, de aventuras em nome de uma vida diferenciada (diferente do padrão do mundo de então, que diríamos do mundo de hoje) e da fé. Sim, abandonou grandes oportunidades em nome da fé. Oportunidades únicas, mas não valiam tanto quanto a preciosa fé no Salvador Jesus (quantos fazem assim hoje?).

Não poucas vezes o incansável inimigo do bem tentou tirar a sua vida, destruir sua família, sabe qual o final? Todos esses instrumentos do inimigo caíram de joelhos na porta de sua casa suplicando perdão.

Com isso tenho aprendido que aquele que vive corretamente o caminho da retidão e da verdade, jamais pode ser destruído por força contrária alguma. Podem até intentar seus malignos desígnios, mas não serão bem sucedidos. Deus está do lado da verdade, da justiça, da retidão, da bondade e do amor verdadeiro (já publiquei sobre esse tema). 

Voltando à dona Eutália. Eu gostaria que todos dessa nova geração de “crentes” pudessem ter um momento de ensinamento com essa apreciada senhora de 85 anos. Tem tanto a ensinar hoje quanto no tempo em que tinha um quadro negro atrás e uma classe de alunos a frente. Nunca vi pessoa alguma que não tenha ficado boquiaberto com a sabedoria e discernimento dela. Se existe alguém que conhece Deus de perto, ela é essa pessoa, você sente a presença divina ao seu lado quanto está perto dela. Conhece-la é uma experiência que vai além do parentesco, é única, para uma pessoa única, e que ainda vive entre nós.

Sim, confesso que por um lado me preocupo muito, pois dessa geração atual não veremos mais exemplos assim. Está se extinguindo os casos de pessoas que conseguem administrar o poder que tem em suas mãos com a humildade. Quais pessoas hoje não tem aquela tendência natural de se orgulhar por qualquer bobagem que acha ser “grande coisa”. Imagina ter o dom de ressuscitar mortos, curar enfermos, abrir os olhos dos cegos (espirituais) e ter uma sabedoria que teologia nenhuma é capaz de ensinar. Quem hoje não se tornaria o mais soberbo dos homens com tais dons?

Somos conhecedores de dezenas de animadores de auditórios, que utilizam o “milagre” para uma ótima promoção pessoal, quem enriquecem à custa de seus fabulosos feitos, arrastam multidões, e eu acabo por fim não vendo resultado algum.

Eu quero ver pessoas simples, que fazem de suas vidas instrumentos da verdade, vasos de honra, que são capazes de viver sem honras nem reconhecimentos. Que podem fundar grandes obras sem estar na capa dos jornais. Que estão dispostas a abnegar o seu próprio sucesso para ajudar uma que outra pessoa. Não vê o fator “multidão de pessoas”, vê somente o fator “pessoa”. Uma alma ganha vale mais que uma multidão no tormento eterno.

Quero ver pessoas que estejam interessados em deixar um legado marcante para inspirar as novas gerações, para transmitir a outras épocas alguns resquícios de um mundo melhor, lembrando que isso é possível.

Reflita hoje amigo(a), sobre que vida você está levando. Sobre como você está vivendo o cristianismo, independente da linha cristã que você é seguidor. Será que sua vida, seus exemplos deixarão algum legado para as gerações vindouras?

Pense nisso.

Que Deus te abençoe.

Alan Chiamenti Machado

11 de outubro de 2011

Autorizada Reprodução

Cite a fonte: www.alchimac.com